by Max Barry

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«12. . .3,7293,7303,7313,7323,7333,7343,735. . .3,7423,743»

Herya wrote:Não te preocupes, que em Portugal temos mais experiência a esconder racismo com metáforas e eufemismos, acabaremos por nos lembrar de algo.

Noutras notícias: Portugal - conhecido por praias solarengas, pastéis de nata e idiotas úteis

https://expresso.pt/sociedade/2024-04-11-Empresario-portugues-que-detem-jornais-Sol-e-i-recebeu-45-milhoes-do-estado-hungaro-para-comprar-a-Euronews-3c369787

Acho que devia interessar que magnatas do jornalismo português (e que agora detém a euronews), tenham risco perante autocracias estrangeiras e semi-autocracias, como a hungria, arábia saudita e outros. O artigo diz que no pouco tempo desde a compra não parece ter havido intromissão do governo húngaro, mas dos outros poderá ter havido. De qualquer modo, os ingredientes estão todos lá.

Tenho a certeza que o expresso e a sic notícias também hão de ter assim exposição assim ao exterior em algum lado, que a economia portuguesa parece estar mal protegida de influências estrangeiras em todos os setores-chave.

___________________

Em dezembro de 2021, durante uma conferência de imprensa alguns dias antes do Natal, o correspondente do Financial Times em Budapeste confrontou Viktor Orbán com o assunto de que toda a gente andava a falar: uma empresa controlada pelo filho de um seu amigo de longa data preparava-se para adquirir a Euronews. Corriam rumores de que poderia tratar-se de um golpe encoberto para o seu partido, o Fidesz, passar a influenciar a cobertura feita pela cadeia de televisão mais europeia da Europa. O que é que o primeiro-ministro da Hungria tinha a dizer sobre isso?

Orbán negou, ainda que o tivesse feito à sua maneira. “O Fidesz não tem planos para [ser] um império mundial”, disse ele na altura. “Conheço bem o pai do senhor em questão, porque fomos vice-presidentes juntos no Partido Popular Europeu e continuamos a ser vice-presidentes juntos na Internacional Democrata-Cristã. Mas é só isso e nada mais.”

O chefe de governo húngaro referia-se a Mário David, um antigo eurodeputado do PSD que se tornou seu conselheiro político, e ao seu filho, Pedro Vargas David, dono da Alpac Capital, uma empresa de gestão de capitais de risco registada em Lisboa e que liderava a aquisição da Euronews.

Dias depois, era a Alpac a garantir ao Expresso que não existiam nem dinheiro público, nem investidores húngaros por detrás do fundo criado pela empresa para comprar a cadeia de televisão, o European Future Media Investment Fund (EFMI).

Mas, afinal, os rumores eram verdade.

Documentos obtidos pelo projeto jornalístico húngaro Direkt36, partilhados com o Expresso e o jornal francês Le Monde, numa investigação conjunta desenvolvida ao longo dos últimos meses, revelam que um fundo detido a 100% pelo estado húngaro e com ligações ao Fidesz investiu 45 milhões de euros no EFMI para que, por sua vez, este fundo gerido pela Alpac Capital de Pedro Vargas David comprasse formalmente a Euronews em julho de 2022.

Os documentos mostram ainda que a empresa do principal produtor de propaganda para o governo de Orbán, a New Land Media, de Gyula Balasy, emprestou 12,5 milhões de euros a uma subsidiária húngara da Alpac Capital para que esta investisse ela própria no EFMI, significando que pelo menos 57,5 milhões de euros com ligações claras ao primeiro-ministro foram injetados na Euronews.

Segundo os documentos, Pedro Vargas David reuniu 170 milhões de euros nos primeiros meses de 2022 para o EFMI, sendo que 85 milhões correspondiam a capitais próprios e a outra metade foi conseguida com recurso a empréstimos bancários. Desse dinheiro, 150 milhões foram gastos na aquisição da Euronews e 20 milhões na sua reestruturação.

A tomada de controlo da cadeia de televisão coincidiu com a compra em Portugal do semanário “Nascer do Sol” e do jornal “i” por parte de Vargas David e do seu sócio minoritário na Alpac, Luís Santos, o filho do treinador de futebol Fernando Santos. Ambos os jornais são controlados pela mesma empresa que detém atualmente a posição da Euronews, uma holding da Alpac Capital no Dubai.

O EFMI foi liquidado em 2023. A informação consta no site da CMVM, onde o fundo foi registado em dezembro de 2021. A entidade responsável pela regulação do mercado de capitais de risco recusou esclarecer o Expresso sobre que ativos o fundo detinha antes de ser liquidado e o que aconteceu a esses ativos.

A CMVM alega que os seus “deveres de divulgação e publicação de informações” não abrangem os “organismos de investimento alternativo de capital de risco fechados, como é o caso do European Future Media Investment Fund”, prevalecendo o “dever de segredo profissional”.

Pedro Vargas David não aceitou um pedido de entrevista do Expresso feito há três semanas, justificando, através de uma agência de comunicação, estar indisponível. Confrontado esta terça-feira por email com uma série de questões sobre os bastidores do negócio da Euronews, o dono da Alpac Capital não respondeu até ao momento.

Também confrontados por email, nem Viktor Orbán, nem os responsáveis húngaros diretamente implicados no esquema quiseram comentar o assunto ao Expresso, ao Direkt36 e ao Le Monde. Um assessor de imprensa do presidente húngaro limitou-se a dizer: “Não sabemos nada sobre isto, por favor contactem o dono.”

OS HOMENS DO FIDESZ
Guillaume Dubois, CEO da Euronews nomeado por Vargas David, disse numa entrevista por telefone concedida ao Le Monde esta terça-feira que desconhecia o envolvimento do estado húngaro na compra da cadeia de televisão. “A diversidade dos investidores do fundo é algo que não me interessa.”

Questionado sobre por que é que a identidade dos investidores foi escondida dos colaboradores da Euronews e do público, Dubois assegurou que o importante foi o negócio ter respeitado a lei. “A Euronews SA, da qual eu sou o diretor-geral, tem um conselho de administração e uma cadeia de controlo. O acionista maioritário é o Pedro Vargas David, o resto não me diz respeito.”

A participação do estado húngaro na compra da Euronews foi negociada entre a Alpac Capital e a Széchenyi Funds (SZTA), uma companhia em Budapeste de gestão de capitais de risco criada pelo governo para tomar conta de fundos soberanos, com o propósito de ajudar pequenas e médias empresas.

A fundação através da qual a SZTA é detida pelo estado foi presidida até fevereiro de 2023 por Mihaly Varga, o atual ministro das Finanças húngaro e uma figura de destaque no Fidesz, de que chegou a ser vice-primeiro-ministro. Varga tem feito, desde 2013, parte dos vários governos de Orbán e ocupava o cargo de vice-primeiro-ministro quando o investimento na Euronews foi aprovado.

Além disso, o fundo gerido pela SZTA de onde saíram os 45 milhões de euros para o negócio (o Fundo de Capital Privado para o Desenvolvimento Económico), constituído a 100% por capitais públicos, tinha um comité de investimento presidido por um ex-deputado do Fidesz, Ferenc Papcsák.

Em novembro de 2021, a empresa de Pedro Vargas David acreditava que a participação nos capitais próprios do EFMI poderia chegar aos 70 milhões de euros e a proposta de investimento, incluindo as regras do fundo a ser criado em Lisboa para a operação de compra da Euronews, foi partilhada pela SZTA com a Exim, a agência estatal húngara de comércio internacional, que a enviou então ao Ministério dos Negócios Estrangeiros e do Comércio para aprovação.

Embora os documentos obtidos pelo Direkt36 não incluam provas sobre o envolvimento direto de Orbán no negócio, alguns factos indicam que se tratou de uma decisão política. O mais suspeito deles tem a ver com a circunstância de a SZTA ter aprovado a participação dos 45 milhões de euros no EFMI sem saber sequer quem eram os outros investidores no fundo gerido por Vargas David.

Uma fonte especializada em capitais de risco ouvida pelo Direkt36 em Budapeste explicou que esse é um alerta vermelho para negócios deste género e que, em condições normais de mercado, seria o suficiente para chumbar o investimento.

REDUZIR A IDEOLOGIA DE ESQUERDA
Em fevereiro de 2022, o diretor de investimentos da SZTA partilhou internamente uma apresentação de 62 páginas sobre o EFMI classificada como “estritamente confidencial”. O documento serviu para demonstrar como iria ser construído, a partir daquele momento, “o meio de comunicação social mais influente e informativo da União Europeia, com a missão de responsabilizar Bruxelas”.

A apresentação descreve um plano estratégico para a Euronews que passa por estabelecer uma cooperação com universidades de topo para “atenuar a ideologia e o preconceito de esquerda”, dentro de uma lógica de “apoiar a diversificação do jornalismo europeu e global”.

O PowerPoint distribuído aos administradores da SZTA fala ainda de “reduções significativas do pessoal”. A empresa deveria “manter os colaboradores-chave no centro de decisão (Bruxelas)” e transferir as equipas de apoio editorial e de back office “para uma localização com custos mais baixos”. Essa transferência seria acompanhada por uma “redução do pessoal não necessário para as atividades principais”.

No dia seguinte, a 10 de fevereiro de 2022, o investimento foi aprovado numa reunião de administradores da SZTA e do comité do Fundo de Capital Privado para o Desenvolvimento Económico, ainda que os especialistas em gestão de risco da própria SZTA tenham advertido que a cadeia de televisão não poderia "funcionar de forma rentável com receitas do sector privado", sendo que 44% das receitas “provêm de contratos com a UE”.

Num relatório preparado para a reunião, esses especialistas consideraram haver um risco político “elevado” e levantaram a dúvida sobre “se as instituições da UE continuariam dispostas a financiar a produção de programas em caso de uma mudança na orientação do canal (por exemplo, o surgimento de opiniões críticas da UE)”.

No intervalo de poucos meses, a STZA arrependeu-se do investimento feito.

Em janeiro de 2023, os administradores do fundo húngaro admitiram que queriam sair do EFMI. Estavam descontentes com a gestão de Pedro Vargas David, incluindo com o facto de o plano de reestruturação da Euronews estar a ser mais demorado e mais caro do que o previsto.

Nesse mesmo mês, o gestor português assinou uma declaração em que manifestava a intenção da subsidiária da Alpac Capital em Budapeste, a Alpac Media Investments Kft, de comprar as unidades de participação detidas pelo fundo húngaro pelo preço a que foram vendidas: 45 milhões de euros.

Os documentos obtidos pelo Direkt36 não revelam, no entanto, qual foi a sequência dessa intenção de compra apresentada por Vargas David.

O que a realidade mostra é que a 2 de abril deste ano, há menos de duas semanas, a Euronews terminou a mudança do seu quartel-general de Lyon, em França, para Bruxelas e tem menos 150 colaboradores do que tinha em 2022, em linha com o plano apresentado em Budapeste.

Quanto a uma eventual disrupção na independência editorial do canal, não há sinais de qualquer tipo de censura relativamente à cobertura feita sobre a Hungria ou sobre Orbán.

Em contrapartida, existem queixas de alguns jornalistas sobre a cobertura da Euronews relacionada com o Azerbaijão, o Qatar, a Arábia Saudita e Marrocos, países que contribuem para o financiamento da estação. “Ou somos impedidos de cobrir [certos] temas, ou somos obrigados a abordá-los com instruções muito precisas para não ofender os clientes, ou somos obrigados a elogiar um cliente nas notícias”, lê-se num documento interno produzido em 2023 por representantes da redação.

Dubois, o CEO, admite que há contratos de patrocínio com esses países, mas garante nunca ter pedido a ninguém para elogiar um cliente.

__________

Um grupo de media português controlado via Dubai

Em apenas três dias nascia um novo grupo de media português. A 5 de julho de 2022, a Euronews anunciava que tinha sido comprada pela Alpac Capital. A 8 de julho, era a vez de o jornal “Nascer do Sol” publicar um comunicado: Pedro Vargas David (filho do ex-eurodeputado Mário David e mandatário da juventude de Cavaco Silva na campanha de 2006) e Luís Santos (filho de Fernando Santos), o acionista maioritário (66,7%) e o acionista minoritário (33,3%) desta empresa portuguesa de gestão de capitais de risco, tinham fechado a compra daquele semanário e do diário “i” (ou “Inevitável”), argumentando que o faziam como uma “contribuição para um Portugal mais livre, mais ambicioso e mais plural”.

Vargas David assumiu o papel de presidente do conselho de administração da cadeia de televisão e passou a ter como chefe de gabinete Fernando Soares, que acumula essa função com a de gestor de investimentos na Alpac Capital e a de administrador na Newsplex, a empresa detentora do “Nascer do Sol” e do “i”.

Outros portugueses foram recrutados. Logo na altura foi contratada Graça Franco, ex-diretora de informação da Rádio Renascença, para presidente do conselho editorial da Euronews. Cristina Vaz Tomé, a nova secretária de Estado da Gestão da Saúde no Governo de Luís Montenegro, foi até agora “consultora da Alpac para media na Euronews”, segundo a sua nota biográfica publicada no site do PSD.

Em nenhum dos casos foram revelados valores, mas de acordo com documentos obtidos pelo projeto jornalístico Direkt36 e partilhados com o Expresso e com o “Le Monde”, a compra da estação custou €150 milhões, além de uma injeção imediata de €20 milhões.

Esse dinheiro voou depressa. Em 2023, a Euronews reportou precisamente €20 milhões de prejuízo no ano anterior e admitiu que ia dispensar quase 200 dos seus 478 funcionários e vender a sua sede icónica em Lyon.

Em Lisboa, a Newsplex teve uma quebra de faturação de 24% de 2021 para 2022, com um passivo acumulado de €2,9 milhões e prejuízos de €473 mil. Para aguentar as contas dos jornais, Vargas David e Luís Santos colocaram €600 mil num aumento de capital da empresa.

Com a liquidação em 2023 do fundo português que protagonizou a aquisição da Euronews, a estação e os jornais passaram a estar debaixo da mesma estrutura. Os três media são detidos por uma empresa em Madrid, a Alpac Capital España ETVE, que por sua vez é controlada por outra companhia no Dubai, a Alpac DWC LLC, em relação à qual Vargas David e Luís Santos se declararam como beneficiários efetivos.

Apesar do otimismo com a mudança do quartel-general da Euronews para Bruxelas, há dúvidas sobre como será se acabarem os apoios comunitários. Em outubro irá terminar um pacote de €15 milhões de financiamento da Comissão Europeia. Por outro lado, embora chegue a muitos países, as suas audiências não são verificadas. Em Portugal, o “Nascer do Sol” e o “i” não são auditados pela Associação Portuguesa para o Controlo de Tiragem e Circulação e não aparecem nos rankings dos sites mais visitados.

Não te esqueças de mencionar igualmente a Eslováquia. Agora que são anti-UE também já são uma 'semi-autocracia'.

Quarta Republica Portuguesa wrote:Não te esqueças de mencionar igualmente a Eslováquia. Agora que são anti-UE também já são uma 'semi-autocracia'.

Se o governo conseguir aprovar medidas que escudem os seus amigos da justiça, agora que têm PR favorável, então estão bem encaminhados sim. Não é culpa minha que o movimento anti-UE seja associado e representado por pessoas claramente autocráticas, corruptas e iliberais.

Há várias pessoas nesta região que são eurocéticas e que não são, na minha opinião, autocráticas. Não têm é grande representante político que conjuge isso com o estado de direito.

Reflexão para o fim de semana: https://youtu.be/WI9_2e8W6f8?si=vOlCi7BNpu61a3ni

Viva malta. Sou um bocado novo no NS, portanto perdoem-me desde já qualquer faux pas!

Como oferenda de principiante, deixo aqui um joguinho de browser muito engraçado de história alternativa: https://red-autumn.itch.io/social-democracy

Em suma, controlamos o SPD (Partido Social Democrata da Alemanha) no período entre guerras. O objectivo é simples: impedir o partido Nazi de atingir o poder. Have fun :D

Portusgaliza wrote:Olá pessoal

Sê bem vindo. Como és novo, se quiseres, podes falar um bocado sobre ti. Por exemplo, dizer interesses (música, filmes, livros...etc).

E qualquer pergunta, podes fazer aqui que alguém responderá.

Como é uma pergunta relativamente comum, digo-te já que o NationStates não é um jogo que simula interação entre nações. Por exemplo, fora dos issues não podes declarar guerra, por exemplo, às nações na nossa região, só verbalmente, vindo falar mal da mãe do Sollitud.

Para interagires com outros jogadores podes fazê-lo aqui ou por telegrama.

Mais uma vez, sê bem vindo!

Portusgaliza wrote:Olá pessoal

Bem vindo, espero te dês bem com todos nós
Verifiquei que o nome da tua nação é "estados unidos socialistas...", o que achei curioso, ter estados unidos e socialista no mesmo nome é, para mim, contraproducente
Mais uma vez, se bem vindo

Astartia wrote:Não, devia-se acabar com o logotipo e usar o brasão de armas, como se fez desde sempre em documentos oficiais.

Sei que os pontos já foram comentados anteriormente, mas enquanto designer gráfico aos domingos (não Pedro, não vou fazer a bandeira) simpatizo com a tentativa de reformar a imagem gráfica do governo português. A era digital, pela alteração ao meio em que as imagens são expostas, exige uma alteração aos velhos conceitos de design, com uma ênfase em ícones relativamente minimalistas ou, pelo menos, fáceis de reconhecer quando reduzidos e aumentados. Culpa isto nos tamanhos de ecrãs ou na interface gráfica dos browsers, a verdade é que designs intrincados e complexos, como é o do brasão de armas com as suas folhas, ramos e roupagens, têm uma difícil adaptação neste ambiente. O problema mantém-se mesmo que o brasão seja reduzido apenas ao escudo, com os castelos e chagas dentro de quinas difíceis de fazer realçar num ambiente moderno.

Há uma segunda questão que eu sinto que também é relevante que é a de distinguir o governo português e Portugal, que é o argumento do Lusito. Apesar do governo funcionar em representação do estado português, o seu divórcio por via de imagens que os distingam é importante para criar a barreira entre a entidade país e o atual inquilino de São Bento. Para a documentação oficial entre-estados, qualquer logótipo é desapropriado, daí a manutenção e utilização dos símbolos da república.

Com isto dito, o design é meh. Aprecio o esforço para criar uma imagem gráfica, e há que reconhecer que o trabalho do designer foi principalmente esse e não só o "logo do paint". Criar um ambiente de imagem coeso necessita, obviamente, expertise no tópico e não é algo que qualquer samaritano saiba fazer. Mas o logo, que é o que fica, não é nada de especial. Na sua tentativa minimalista torna-se uma farsa do símbolo nacional, incapaz de transmitir alguma mensagem que não seja a da pura e básica redução dos componentes principais ao que ficaria mais esteticamente agradável. O melhor exemplo de ícones do género é o da França que mantém claramente a identidade do país e adiciona mais simbolismo, na forma da Marianne que representa a ethos do regime republicano do país.

https://upload.wikimedia.org/wikipedia/en/thumb/f/f6/Government_of_France_logo.svg/1200px-Government_of_France_logo.svg.png

Diga-se o que se quiser do logótipo do governo inglês com gov.uk e tudo mais, mas é um símbolo preciso e icónico que, mais uma vez, encarna em si a identidade governativa do Reino Unido, tão associada à imagem da realeza que, uma mudança na coroa do monarca leva à modificação do ícone.

https://assets.publishing.service.gov.uk/media/65d34302e1bdec7737322248/Untitled__2_.png

O nosso é uma bola e dois retângulos que não acarretam mais nada senão isso, não transmitem nada sobre o país, sobre a sua cultura democrática ou sobre os ideais que regem a república. Falham assim tanto na parte estética como na simbólica, incapazes de dissociar o país ao seu verde e vermelho, a uma bandeira que se torna inevitavelmente a única simbologia nacional pelo seu reiterado uso.

Alentejo and Algarve wrote:

Tendo em conta que nos EUA há uma investida bacoca de criar bandeiras minimalistas porque as atuais são feias ou racistas/confederadas, com uma espécie de vibe que me lembra um bocado vaporwave às vezes (não sei porquê), achas que a comunidade da vexilologia e tretas associadas da net vai começar a levar a sua avante forçando governos a fazer logos muito minimalistas também que ficam sem qualquer simbologia ou valor?

The new NS Mega fun poll is here,the battle of battles,the first leg of the breakfast meat battle! who shall win? its up to you!

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• The three way breakfast meat 🍖 poll battle!!

Failure to vote will cause Joe Biden and Donald J Trump to have a jello tub battle in string bikinis on your front lawn. DONT LET THIS HAPPEN!! Vote! >:)

Herya wrote:Vou ser sincero: acho o design do Paint feio como tudo e não acho nem moderno nem coisa nenhuma. A minha opinião era que podiam ou fazer uma versão simplista da bandeira, mas melhor do que ele fez, ou então usar simplesmente o brasão das quinas, mas sem as chagas e castelos se é para ser efetivamente minimalista. Para além disso, façam um concurso de submissões públicas e deem um vale cheque de 500 euros a quem ganhar e convidem a pessoa para tratar da identidade gráfica e tudo o resto. Isso é envolver os cidadãos em coisas que, não parecendo importantes, são um bocado. Agora, acho que também estás um bocado a exagerar. Eu acho que as pessoas que exigem ao Montenegro que pare de ser um nazi do design gráfico são idiotas, mas acho que toda a conversa em torno do logótipo é um bocadinho lixo jornalístico, desde quem mistifica o design mais complexo a quem mistifica o futurismo de 3 formas geométricas. Parece-me que a única maneira decente de falar deste assunto é mesmo ridicularizar todos os pontos de vista e fazer a poia com uma esfera armilar por detrás.Por acaso eu li o artigo do caro Luísinho e acho que estás a representar mal o ponto de vista dele. Ele admite que o sistema é melhor em teoria e que funcionaria bem se acontecesse aquilo que tu e eu já dissemos até: os partidos precisam de ter boa fé democrática e estar dispostos a ter negociações para além de blocos ideológicos, porque o sistema, efetivamente, torna maiorias absolutas mais difíceis e vai ser preciso, para haver estabilidade, coligações eleitorais. Se em Portugal não há a diversidade ideológica e partidária da holanda, dinamarca e outros países, então não há partidos de charneira que permitam coligações trans-hemisféricas caso os partidos de direita e de esquerda se recusarem a reconhecer a legitimidade uns dos outros. Portanto ou tens partidos de charneira ou tens mais boa vontade dos já existentes. Mas claro, eu discordo dele de que isto seja argumento bom o suficiente para mesmo assim não ter um círculo nacional ou de compensação. Se não querem negociar, força-se-os, até a população perceber que a partidocracia atual está a matar o regime e os substitua com atores políticos novos. Estratégia arriscada e que pode dar muito mal claro, mas possível.

Não tenho nada contra o brasão antigo defendido pelo Astartia mas concordo contigo e com o Alentejo and Algarve. Apesar de não ser totalmente contra alterações a um símbolo do governo, este em particular não serve de maneira nenhuma.

É possível que o governo se tenha excedido a anunciar a medida, não vi a conferência de imprensa do Leitão Amaro. Não percebo onde é que achas que estou a exagerar nem compreendo porque é que se tem que ridicularizar qualquer ponto de vista sobre o assunto, embora o que tem sobressaído são os da direita que acusam de traição à pátria e os que manifestam a habitual mania de superioridade moral da esquerda:

https://www.publico.pt/2024/04/07/opiniao/opiniao/direita-sofisticacao-2085945
https://www.publico.pt/2024/04/06/p3/opiniao/design-arma-2086126

De qualquer maneira, espero que o assunto tenha acabado, ou seja, que a esquerda não alimente uma guerra à volta disto.

Em relação ao artigo do Luís Aguiar Conraria, apontei exactamente aquilo que foi a conclusão dele. Tinha lido há algum tempo e agora já não tenho acesso ao texto. A ideia geral que defendia era que precisávamos de estabilidade e maiorias portanto não era tempo de pensar em reformas no sentido de uma maior proporcionalidade. Na verdade, um círculo de compensação pequeno tem um efeito insignificante em dificultar maiorias.

O Livre referiu o assunto no debate do programa de governo e o Montenegro voltou a lançar a história da divisão dos círculos maiores e da valorização dos círculos menores. Estranhamente, soa de forma muito semelhante ao artigo do Ascenso Simões que aqui citei. Será que o centrão vai tentar aproveitar a discussão sobre reformas eleitorais para impor uma ignóbil porcaria?!

Herya wrote:Errado, usem mesmo uma silhueta a fugir do Brasil com ouro. É definitiva e representativa de quase 200 anos de história de Portugal. Depois disso é o africanismo, mas acho que usar "Angola é Nossa" como símbolo nacional não é muito apropriado, que os angolanos são nossos amigos. Portanto mandem vir com os brasileiros em vez, pá!

Errado. Se querem um símbolo digno que represente o governo, o povo português e aquilo que o povo português pensa sobre o governo, usem o Zé Povinho a fazer um manguito.

Herya wrote:Tendo em conta que nos EUA há uma investida bacoca de criar bandeiras minimalistas porque as atuais são feias ou racistas/confederadas, com uma espécie de vibe que me lembra um bocado vaporwave às vezes (não sei porquê), achas que a comunidade da vexilologia e tretas associadas da net vai começar a levar a sua avante forçando governos a fazer logos muito minimalistas também que ficam sem qualquer simbologia ou valor?

O discurso do minimalismo no que toca a bandeiras ganhou popularidade a partir de uma comunidade formada em redor dos vídeos do CGP Gray que, embora informativos e muito bem estruturados, pecam pelo simplismo. As normas traçadas no seu vídeo sobre vexilologia, a de as bandeiras deverem ser relativamente reconhecíveis à distância, fáceis de desenhar e com simbologia simples mas potente são interpretadas por muitos como escritura sagrada ao invés de recomendações que não determinam verdadeiramente a qualidade. Tal como em todo o design funcional, reduzir as escolhas estílisticas a pontos e regras a dar check numa lista cria visão de túnel e impede-nos de apreciar a obra enquanto todo holístico.

Case in Point:
https://www.reddit.com/r/vexillology/comments/12b384n/california_flag_redesign/

Esta bandeira do reddit foi promovida pelo próprio CGP no seu Twitter como uma boa alternativa à atual da Califórnia. Não é preciso ser um apreciador da NCR e do seu urso de duas cabeças para compreender que a bandeira californiana, para além de estar carregada de simbolismo histórico ao remeter-nos diretamente para um período basilar da formação da identidade do estado, é agradável. A alternativa oferecida é genérica e banal e, mesmo com a escolha de orientar as linhas verticais no formato do estado, pode ser confundida com um qualquer dos outros 49. Não é única, e é esse o problema de um minimalismo feito com o intuito de ser minimalista e não representativo. Mas isto são bandeiras.

No que toca a ícones e logos, é um pouco difícil de prever para onde tende o pêndulo. Eu sinto que desde o início do design massificado temos assistido à criação de estilos crescentemente simples, tanto pelo modernismo associado ao que é sleak e sem detalhes desnecessários, como necessariamente pelo florescimento de uma indústria focada no corte de custos (o artesanato é dispendioso). A IKEAficação das casas é um exemplo disto. A questão é que parece não haver muito mais para onde ir. Com todos os cantos limados, ou chegámos ao apex do que é simples e a partir de agora revertemos curso e a glorificação do detalhe ultrapassa o utilitarismo de Bauhaus numa nova onda cultural (o sonhos dos Trads do RETVRN), ou de facto mantemo-nos aqui indefinidamente. A terceira hipótese, que há de ser a verdadeira, é o surgimento de um movimento artístico que suplante o minimalismo, seja dele derivado, um revivalismo, ou algo inteiramente novo que não conseguimos prever.

Futurologia neste ramo nunca é apropriada e genuinamente não sei se isto está para ficar, mas espero que haja algum bom senso à mistura e não se corra a criar novas efígies para se queimarem 10 anos depois quando o paradigma mudar (pense-se os logos dos anos 60, 70 e 80).

Barlock wrote:Tony Stark 1 x 0 Lex Luthor Super Xandão devia aproveitar o gancho estatizar o Tik Tok americano. Eu autorizo!

Vi notícias sobre essa polémica entre o TechnoKing e o Darth Vader do Brasil. Não percebo o que se passa no Brasil. As investigações ao Bolsonaro e as teorias sobre a organização de um golpe de Estado parecem-me excessivas mas talvez esteja enganado.

Alentejo and Algarve wrote:

https://assets.publishing.service.gov.uk/media/65d34302e1bdec7737322248/Untitled__2_.png

Até que essa não está feia. Só acho que deveria colocar a mesma cor da bandeira nacional.

Usar o minamilismo na hora de fazer os desenhos acho exagerado - principalmente em bandeira do governo. Se fosse na bandeira nacional não seria problema nenhum, mas em bandeira do governo tem que caprichar. A do Brasil mesmo é cheio de detalhe, mas é muito bonito - e Portugal deveria seguir o mesmo exemplo disso, usar como referência/inspiração.

The Portuguese Workers wrote:[quote=herya;55490908]O futuro é português, camarada!

Sou eu que faço o alternatehystoryhub.
Geralmente é o Ofiussia que me dá as ideias para vídeos, mas quando são vídeos sobre a alemanha n*zi (vá mods, tenham calma) costuma ser o Totaristan a dar.

Acho que o alternatehistoryhub é americano...

não me acredito nisto como é obvio

Lusitanialand wrote:

Disse que se tem de ridicularizar os pontos de vista porque acho que a conversa sobre o assunto tomou proporções cómicas e trágicas ao mesmo tempo. Tem mais piada, essencialmente, para mim.

Quanto ao do Luís-Conraria, posso meter aqui o texto, que eu trafico:

Aproposta de um círculo nacional de compensação é recorrente, e estas eleições não são exceção, com a Iniciativa Liberal a propor um círculo nacional de compensação de 40 deputados. Nos Açores já existe. Dos 57 deputados regionais eleitos, cinco são pelo círculo de compensação. Desses, foram dois para o Chega e um para o BE, a IL e o PAN. Como gosto de perceber como se convertem votos em representantes, fui estudar a mecânica do sistema.

Fiquei com a ideia de que a explicação que se costuma ouvir, a de que se vai aproveitar os votos desperdiçados, confunde mais do que esclarece. A coisa é mais simples do que isso. Peguemos no caso dos Açores. Contam-se os votos das nove ilhas e, com base nessa contagem, calculam-se os deputados que seriam eleitos caso apenas houvesse um círculo global de 57 deputados. De seguida, compara-se com os deputados efetivamente eleitos e usa-se o círculo de compensação para corrigir quaisquer distorções.

Vejamos o caso do Chega. Elegeu três deputados pelas ilhas (dois por São Miguel e um pela Terceira), mas a aplicação do método de Hondt a um eventual círculo global dar-lhe-ia cinco deputados. Assim, dois deputados do círculo de compensação foram para o Chega. No caso do PSD, um círculo global dar-lhe-ia 26 deputados; como elegeu exatamente 26 deputados pelas ilhas, não tem direito a nada. O caso do PS é interessante: o círculo global dar-lhe-ia 22 deputados, mas elegeu 23. A consequência é que há um pequeno partido que deveria ter direito a um deputado pelo círculo de compensação e ficou sem ele. No caso, foi a CDU, que ficou a perder e não elegeu ninguém.

Basicamente, o círculo de compensação aumenta a proporcionalidade do sistema, corrigindo as distorções causadas por círculos eleitorais mais pequenos. O efeito é tão forte que os cinco deputados de compensação que existiram nos Açores foram suficientes para quase garantir a proporcionalidade da eleição; só ficou a faltar um deputado para a CDU, à custa de um do PS, para que ficasse tudo direitinho.

Como se vê nos Açores, os deputados do círculo de compensação vão para os pequenos partidos, inviabilizando a hipótese de haver maiorias absolutas. Sem círculo de compensação, o PSD teria elegido metade dos deputados, ficando à beira da maioria.

Fiz o mesmo exercício para o país, pressupondo que, nas últimas eleições legislativas, além dos 230 deputados eleitos, haveria 20 deputados num círculo nacional de compensação. Como já percebeu, o PS e o PSD ficavam com os mesmos deputados (120 e 77, respetivamente); os 20 deputados adicionais seriam distribuídos pelo Chega (quatro), BE (quatro), IL (três), CDU (três), CDS (três), PAN (dois) e Livre (um). Até o RIR, que, com 0,42%, não elegeria ninguém, se chegasse aos 0,45% já conseguiria eleger um. Ou seja, o PS, em vez de ter metade mais cinco deputados, teria metade menos cinco.

Estas contas mostram bem a principal vantagem do círculo de compensação. Aumentam brutalmente a proporcionalidade do sistema, cumprindo assim este requisito constitucional. Mostram também o principal problema: tornariam Portugal ingovernável. Se, com o atual sistema, já estamos todos a adivinhar a enorme dificuldade que será formar Governo, com um círculo nacional de compensação as dificuldades seriam ainda maiores. Nos Açores ainda nem sabemos o que acontecerá.

Um sistema mais proporcional do que o nosso atual só seria viável se houvesse uma cultura de compromisso e de viabilização de Governos. Não é o nosso caso. Basta ver como a principal fraqueza de Inês Sousa Real nestes debates foi o facto de o PAN ter viabilizado um Governo do PSD/CDS na Madeira e de se disponibilizar para apoiar um Governo do PS na República. Um sistema proporcional não é compatível com estes pruridos. Para isto ser governável, os pequenos partidos têm de estar dispostos a apoiar os grandes e, quando a pulverização é excessiva, um bloco central tem também de ser possível. É o que se passa, por exemplo, em países como a Alemanha.

Não só tenho a ideia de que nos faltam hábitos de negocia­ção e compromisso necessários para um sistema eleitoral verdadeiramente proporcional — até ver, os pactos assinados que concretizaram a ‘geringonça’ são uma exceção —, como me parece que estamos na pior altura possível para uma reforma destas. O meu exemplo predileto recua ao tempo de Guterres, quando o PS tinha exatamente metade dos deputados da Assembleia da República e encontrava obstáculos enormes para conseguir um voto adicional para aprovar os Orçamentos do Estado. Quando, para o conseguir, recorreu a um deputado do CDS de Ponte de Lima, que, graças a isso, conseguiu investimentos extra para a sua região, o escândalo foi tão grande que o Governo acabou por cair num pântano. Até com a Constituição se argumentava, dizendo que os deputados são da nação e que, por isso, era ilegítimo aprovarem Orçamentos por contrapartidas para as suas regiões.

A atual polarização tornaria tudo ainda mais incompatível com uma política de compromisso. Portanto, os pequenos partidos que me perdoem, mas o aumento da proporcionalidade eleitoral vai ter de esperar.

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E o círculo de compensação frustra, sim, maiorias absolutas com 42%, se for grande o suficiente. Por exemplo, em 2022 o PS não teria tido maioria absoluta se houvesse um círculo de 20 deputados, parece-me, ou se houvesse círculo único no continente, mas isso é óbvio.
Portanto leva a que maiorias necessitem de diálogo e boa fé.

A minha perceção do artigo dele é mesmo que ele duvida da viabilidade disso porque os partidos não são conhecidos por negociarem em boa fé.
A minha opinião é que ele está errado porque me estou a cagar: se não querem negociar, as pessoas vão começar a votar noutros e não serei chantageado por partidos que dizem: "ou nos deixam javardar, ou são governados pelos extremistas".

Pelo menos foi o que entendi daquilo que ele disse.

The Portuguese Workers wrote:não me acredito nisto como é obvio

Magoas-me, amigo workers... mas pronto, dizem sempre para não conhecermos os nossos heróis.

Alentejo and Algarve wrote:Sei que os pontos já foram comentados anteriormente, mas enquanto designer gráfico aos domingos (não Pedro, não vou fazer a bandeira) simpatizo com a tentativa de reformar a imagem gráfica do governo português. A era digital, pela alteração ao meio em que as imagens são expostas, exige uma alteração aos velhos conceitos de design, com uma ênfase em ícones relativamente minimalistas ou, pelo menos, fáceis de reconhecer quando reduzidos e aumentados. Culpa isto nos tamanhos de ecrãs ou na interface gráfica dos browsers, a verdade é que designs intrincados e complexos, como é o do brasão de armas com as suas folhas, ramos e roupagens, têm uma difícil adaptação neste ambiente. O problema mantém-se mesmo que o brasão seja reduzido apenas ao escudo, com os castelos e chagas dentro de quinas difíceis de fazer realçar num ambiente moderno.

Se me tivesses dito isto nos anos 80 quando as imagens eram CGA 300 x 200 nos PC, preto e branco absoluto nos Mac e as impressoras eram a agulha até poderia concordar contigo. Hoje não, até porque a decisão pelo minimalismo não é baseada em nenhuma limitação tecnológica: é uma escolha.

Se um tiveres oportunidade de ver um PC ou um Mac de 2005 vais ficar surpreendido com quantidade de gradientes, sombras, detalhes e transparências que todos os elementos tinham. Idem para os primeiros smartphone, aqueles que tinham ecrãs ridículos e uma capacidade de bateria minúscula.

A tecnologia hoje consegue perfeitamente representar o brasão de armas da república portuguesa.

E como alguém que gosta e viveu a época dos jogos antigos, finalmente lembrei-me de que logo empresarial o design do MS paint me lembra: https://logos-world.net/wp-content/uploads/2020/08/Electronic-Arts-Logo-1982-2000.png

Alentejo and Algarve wrote:O discurso do minimalismo no que toca a bandeiras ganhou popularidade a partir de uma comunidade formada em redor dos vídeos do CGP Gray que, embora informativos e muito bem estruturados, pecam pelo simplismo. As normas traçadas no seu vídeo sobre vexilologia, a de as bandeiras deverem ser relativamente reconhecíveis à distância, fáceis de desenhar e com simbologia simples mas potente são interpretadas por muitos como escritura sagrada ao invés de recomendações que não determinam verdadeiramente a qualidade. Tal como em todo o design funcional, reduzir as escolhas estílisticas a pontos e regras a dar check numa lista cria visão de túnel e impede-nos de apreciar a obra enquanto todo holístico.

Admito que não sou grande fã do CGP Gray, prefiro pessoas com mais nuance como o J.J. McCullough ou até mesmo o Herya (Alternate History Hub)

Ele sofre demasiado de uma postura onde coloca questões profundamente humanas numa bolha supostamente ultra-racional (digo supostamente porque aquela checklist é profundamente arbitrária) e aborda todo o tema dentro dessa bolha. Naturalmente que ele é atraído por esta mania do design e vexilogia pós-moderna. Isto para dizer que estou a concordar contigo, e que acho que ele faz o mesmo inclusive com outros temas.

É interessante que ele fala de bandeiras supostamente horrendas que eu até acho bonitas. Ou pelo menos simbolicamente bonitas. Ou, no mínimo, historicamente interessantes, não sendo digno serem atiradas para o caixote do lixo só porque não cumprem com uma lista de compras.

No processo esta malta como o Gray acabam por perder a noção do que é o objectivo dos símbolos, que é simbolizar. E os símbolos, tal como a linguagem, por vezes são profundamente arbitrários e quando se tenta aplicar sistemas racionais eles falham ou não têm sucesso.

Alentejo and Algarve wrote:

Há uma segunda questão que eu sinto que também é relevante que é a de distinguir o governo português e Portugal, que é o argumento do Lusito. Apesar do governo funcionar em representação do estado português, o seu divórcio por via de imagens que os distingam é importante para criar a barreira entre a entidade país e o atual inquilino de São Bento. Para a documentação oficial entre-estados, qualquer logótipo é desapropriado, daí a manutenção e utilização dos símbolos da república.

Pois, acredito que dentro da americanização da Europa isso agora esteja na moda, mas permite-me ser iconoclasta, rumar contra a maré ianque, e dizer que não gosto dessa ideia. O governo de Portugal não "representa" o Estado português pois ele gere e administra o Estado, logo é uma parte integral e indissociável do Estado. O primeiro-ministro é tecnicamente apenas o funcionário público mais alto da Nação, parte de um orgão de soberania, nem sequer um orgão em si mesmo.

Se o pessoal acha que o nosso governo vai envergonhar a identidade nacional, então seria melhor ele dar mais atenção à política.

Astartia wrote:

Sim, é bastante arbitrário de facto.
Quero, ainda assim, ressalvar que apesar de as bandeiras de estados americanos (que é o exemplo mais comum destas cenas) terem tido uma razão para serem feias quando foram criadas, acho que nada de mal tem em mudar bandeiras. Até porque as insígnias em fundo azul são realmente mesmo muito feias.

O estado do Mississipi foi um dos que alterou e fê-lo bem, usando a flor estadual para isso.

Antes: https://cdn.britannica.com/45/217845-050-E7C5A91E/State-flag-Mississippi-from-1894-2020.jpg

Depois: https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/thumb/4/42/Flag_of_Mississippi.svg/1200px-Flag_of_Mississippi.svg.png

Fica muito melhor assim e não tem referências (que eu saiba) a símbolos traidores nem esclavagistas. Não é minimalista no mesmo sentido, mas faz sentido mudar bandeiras ao fim de 250 anos, não tem nada de mal.

Herya wrote:Sim, é bastante arbitrário de facto.
Quero, ainda assim, ressalvar que apesar de as bandeiras de estados americanos (que é o exemplo mais comum destas cenas) terem tido uma razão para serem feias quando foram criadas, acho que nada de mal tem em mudar bandeiras. Até porque as insígnias em fundo azul são realmente mesmo muito feias.

O estado do Mississipi foi um dos que alterou e fê-lo bem, usando a flor estadual para isso.

Antes: https://cdn.britannica.com/45/217845-050-E7C5A91E/State-flag-Mississippi-from-1894-2020.jpg

Depois: https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/thumb/4/42/Flag_of_Mississippi.svg/1200px-Flag_of_Mississippi.svg.png

Fica muito melhor assim e não tem referências (que eu saiba) a símbolos traidores nem esclavagistas. Não é minimalista no mesmo sentido, mas faz sentido mudar bandeiras ao fim de 250 anos, não tem nada de mal.

Nota que eu não falei que nunca existe razão para se mudar uma bandeira ou um símbolo, critico é a ideia de se mudar bandeiras e símbolos por razões levianas.

Interessante que vais buscar um caso que eu acho que o pessoal das teorias vexilógicas modernas não aceita bem, porque tem gradientes, e texto, e etc. Mas é uma boa bandeira, com bastante simbolismo.

Herya wrote:Sou eu que faço o alternatehystoryhub.
Geralmente é o Ofiussia que me dá as ideias para vídeos, mas quando são vídeos sobre a alemanha n*zi (vá mods, tenham calma) costuma ser o Totaristan a dar.

Quando é que planeias fazer o segundo video dos hinos dos estados americanos? Gostei muito do primeiro (mesmo não concordando completamente com a lista, o do Colorado merecia um B) e agora andas a adiar.

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